quarta-feira, abril 19, 2006

já lá dizia Jung

“Para Jung, barulho era sintoma da degenerescência da civilização urbana, convertida num entulho de bugigangas técnicas que destroçavam os nervos, e pior: tido como um expediente mágico. Assustados pela corrida nuclear e ante a assustadora poluição dos reservatórios d’água, o aumento da radioatividade e a ameaça sombria da superpopulação, as pessoas reproduziam seu medo inconsciente, ao nível consciente, mediante o amor ao ruído, que bloqueia a audição, e davam graças a Deus por tudo que afogasse avisos instintivos sobre a catástrofe global. No meio da multidão, o indivíduo sente-se confortado pela balbúrdia que o afastava de reflexões dolorosas, dispersando sua ansiedade: se estamos todos no mesmo barco, quanto maior for a algazarra, menor o risco de sermos atacados.”

(cf. Frank McLynn. Carl Gustav Jung: Uma Biografia, Ed. Record) citado em
http://sites.uol.com.br/daran/clmax.htm (que entretanto saiu da net)

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